sexta-feira, agosto 26, 2011

O jovem de dezenove anos, internado em um hospital de grande capital do nosso país, aguardava a morte, em seu leito de dor.

Instalado em uma enfermaria, junto a outros doentes, tão graves quanto ele, olhou para os lados e se sentiu terrivelmente só.

Os familiares o viriam visitar, logo mais. Mas, ele ficou a pensar que talvez eles não chegassem a tempo de encontrá-lo ainda com olhos abertos para este mundo.

Alongou o braço até a mesinha próxima, tomou de um pedaço de papel, um lápis e com muito esforço, escreveu:

Pai, sinto muito. Sinto muito mesmo, mas está em tempo do senhor saber a verdade que nunca nem desconfiou. Vou ser breve e claro, bastante objetivo.

Travei conhecimento com meu assassino aos 15 ou 16 anos. É horrível, não é, pai? Sabe como nos conhecemos? Através de um cidadão elegante, muito bem vestido e bem falante. Ele nos apresentou.

De início, tentei recusar o que me era oferecido. Contudo, o cidadão mexeu com os meus brios. Falou que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada, não é, pai?

Ingressei no mundo do tóxico, o meu assassino.

No começo passava mal. Depois vinha o devaneio e a seguir, a escuridão. Não fazia nada sem o tóxico estar presente. Logo veio a falta de ar, os medos, as alucinações. Mas, em seguida, a euforia do pico.

Eu me sentia mais gente do que as outras pessoas.

O meu amigo inseparável, o tóxico, sorria.

Sorria...

Sabe, pai, quando a gente começa acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo.

Hoje, no leito do hospital, reconheço que Deus é o mais importante de tudo no mundo.

Tenho certeza de que, sem a ajuda dele, eu não estaria tendo forças para escrever esta carta.

Pai, tenho só 19 anos. Sei que não tenho a menor chance de viver. É muito tarde para mim.

Entretanto, tenho um último pedido a fazer para o senhor.

Diga a todos os jovens que o senhor conhece o que me aconteceu. Diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho de faculdade, em qualquer lugar há sempre alguém que poderá lhes mostrar o seu futuro assassino e destruidor de suas vidas: o tóxico.

Por favor, papai, faça isso, antes que seja tarde demais para eles.

Perdoe-me pelo que estou lhe fazendo sofrer. Perdoe-me por fazê-lo sofrer pelas minhas loucuras. Eu mesmo já sofri demais.

Adeus, meu pai.

Ele acabou de escrever a carta, com dificuldade a colocou sobre a mesinha. Tentou respirar, mas já não conseguiu. O lápis escorregou da mão para o chão. Pendeu a cabeça para o lado e morreu.



A.D.

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)