O vírus da Anemia Infecciosa Equina (AIE) é da mesma família Retroviridae do HIV humano, mas é espécie-específico, isto é, só acomete os eqüídeos. Sua distribuição é mundial, mais freqüente em regiões de clima tropical e subtropical, onde se enquadra nosso país.
O contágio ocorre a partir da picada de insetos hematófagos, mas pode também ser transmitido por via transplacentária, pela monta acidental, e por fômites contaminados, isto é, seringas, utensílios contendo leite, saliva, sêmen ou sangue a partir de um animal contaminado para um não infectado.
Manifesta-se de forma aguda ou crônica. Na forma aguda, o animal o animal fica muito enfermo e frequentemente vem a óbito. O grande problema ocorre nos casos crônicos, porque os sintomas são pouco significativos na enorme maioria dos animais (até 95%), só sendo manifestos naqueles com imunidade deficiente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) determinam que o método diagnóstico de escolha seja o “Teste de Coggins”, e é o exigido para certificar animais como livres de doenças para exportação, transporte e eventos.
No Brasil existe o Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos (PNSE), deste 1981, através da Portaria no 200, e atualmente é obrigatória a notificação da AIE em todo o território brasileiro, a partir da Instrução Normativa (IN) no 45 de 15 de julho de 2004.
Entre 2002 e 2008 foram realizados levantamentos de focos e AIE em todo o Estado do Rio de Janeiro, e em 2008 ocorreu um significativo surto no município de Silva Jardim, onde foram localizados vinte e três equinos positivos, todos assintomáticos, e apenas um evidenciou uma anemia significativa.
Desde a detecção da doença em 1968, pelo Dr. Dupont, historicamente sabe-se que a prevalência da AIE costuma ser baixa em regiões de maior concentração de criadores de eqüinos, pois há mais rigidez do controle e na detecção eficaz de animais portadores, com imediato sacrifício dos mesmos, de acordo com deliberação do MAPA, sendo realizado pelo médico veterinário responsável pela defesa sanitária animal do município.
Quando detectado um caso positivo para AIE, notifica-se da interdição da propriedade e segue-se uma inspeção epidemiológica de todos os animais da mesma. Os positivos deverão ser marcados a ferro candente na paleta esquerda com a letra “A”, e devem ser eutanasiados dentro de 30 dias da notificação. A desinterdição da propriedade só ocorrerá após dois exames com resultado negativo para AIE consecutivos em todos os eqüídeos., e com intervalos de 30 a 60 dias.
Em Silva Jardim, no surto epidêmico de 2007/2008 constatou-se problemas quanto à falta de controle na entrada e saída de animais na propriedade afetada, assim como sorologia periódica dos animais, cuidados sanitários mínimos e principalmente, ausência de um responsável técnico. Nesta ocasião, os vinte e três animais foram sacrificados e o então prefeito anunciou uma parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, comprometendo-se a fazer exames gratuitos para AIE. No entanto, desde então não encontramos na mídia nenhum dado em relação a Silva Jardim da continuidade destas medidas.
Encontramos sim, em Casimiro de Abreu, que teve os mesmos problemas, mas tem feito controle sorológico através de acordo governamental até 2013, e o Centro de Defesa Sanitária local declarou que até o momento cerca de mil cavalos foram examinados, e destes, apenas um foi positivo e imediatamente eutanasiado.
Também em Tanguá tem havido a preocupação de controle, principalmente quanto aos animais de grande porte capturados por estarem vagando na rodovia BR 101, e que são examinados quanto à Brucelose, Tuberculose e AIE. A sorologia para qualquer destas doenças leva ao sacrifício imediato dos animais, de acordo com os Programas Nacionais de Controle. Há o registro de outubro de 2010, em relação a vinte e três equídeos apreendidos e examinados, sendo que quatro destes foram positivos .
Em relação à Rio Bonito, o jornal on line ”Folha da Terra”, o atual endereço do Posto de Defesa Agropecuária, que quase foi extinto, mas conseguiu sobreviver, funciona atualmente no Box 16 do Mercado Municipal, localizado na Praça da Bandeira, no Centro (a confirmar). Lá podem ser obtidos os GTAs, e de onde deve existir, da parte do serviço veterinário oficial, todo o rígido controle sobre o trânsito de animais. Porém, tentando buscar os relatórios quanto a este controle, somente foram encontrados dados sobre a eficácia da vacinação contra a Febre Aftosa, que tem substanciais subsídios do Governo Federal. Nada sobre o controle das demais doenças, como Tuberculose, Brucelose, Raiva de Herbívoros e AIE de eqüídeos, entre outras foi possível ter acesso.
A eficácia de qualquer programa sanitário só é possível se houver um alinhamento das medidas entre todos os municípios. Aproveitando que todo os governos e demais setores dos municípios desta região estão unidos e focados na Agenda 21, será que está havendo a preocupação de haver diálogo, comparações planos e acordos intermunicipais? O controle da Anemia Infecciosa Equina, que é um fantasma cruel, mas real no nosso território, é apenas um exemplo, de que falta muito para que as medidas conjuntas possam ser consideradas claramente eficazes. E o resto das inúmeras questões sanitárias, o que nossos governos locais têm a dizer quanto a isto, porque agora, é a hora!
Alex Hudson
Rio Bonito - RJ
Fonte consultada:
Revista Vaquejada e Cia
Revista Eletrônica Novo Enfoque
terça-feira, outubro 18, 2011
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foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.
A.D.
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.
Alex Hudson
(27/11/2011)
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