“...As obras do Comperj, impactaram mais uma vez, a vida dos moradores de Visconde de Itaboraí, no município de Itaboraí. Depois de apresentar trincas em sua extensão, a ponte sobre um córrego, que liga Porto da Caixas a Visconde foi demolida pela Prefeitura, causando transtornos aos moradores da região...Um desvio foi feito para a passagem de pedestres, motocicletas e bicicletas. No entanto, quem depende de transporte público, ficou prejudicado. Para seguir em direção a Itambi ou no sentido Visconde é necessário fazer baldeação até o outro lado do córrego, onde um veículo fica à espera dos passageiros que chegam de uma ou outra direção.”
Enquanto isso, o jornal “O Fluminense” publicou no dia 29/01 reportagem enaltecendo o projeto da Caixa Econômica “Minha Casa Minha Vida”, sobre os mais de quatro bilhões aprovados em financiamentos imobiliários de cerca de 19 projetos voltados para área que abrigará os novos moradores relacionados ao Comperj....
A maioria dos projetos constam de piscina, extensas áreas de lazer .Será que estarão dentro do orçamento dos filhos destas cidades? Será que pensaram nas redes de drenagem, de esgoto, acesso a água potável, proximidade de escolas, redes viárias? Só em Itaboraí, teve quatro projetos aprovados, somando quase 700 unidades.
Em Maricá, estão construindo um bairro inteiro em Inoã, o projeto chamado “Vida Nova Maricá” reunirá 20 mil apartamentos! Este, acho que a sociedade civil de lá deixou passar...
Mais uma vez, afirmo que não sou contra o progresso, mas estou preocupado. É necessário extremo cuidado com uma série de coisas, não a curto, mas a longo prazo, desde acesso a energia elétrica, água, esgoto, educação, segurança, meios de transporte, alimentação, empregos para os nascidos ali, para que eles, os que estavam ali antes, não tenham de sair de suas cidades para trabalhar em outras, enquanto os que vieram de longe, tenham o conforto da última hora, que nesse caso seria injusto.
Para mim, o Comperj deveria ter, e se tem não aparece, um excelente departamento de Relações Públicas, para lidar com estes inúmeros problemas que tem surgido, mas não apenas um “ombudsman”, que fica ali, com sorriso de Buda, ouvindo tudo, absorvendo tudo, mas pessoas capacitadas para levar problemas e trazer soluções, responsáveis pela ordem e eficácia deste diálogo, conduzindo-o à ação.
Só tenho visto pessoas do Comperj dizendo “vamos fazer isso pela população”, “estamos vendo meios de diminuir o impacto ambiental”; “vamos absorver a mão de obra local”, tudo no futuro, enquanto as obras vão avançando incessantemente.
Quanto aos cursos de habilitação, foi construído apenas um Centro de Integração em São Gonçalo, e só serão favorecidos aqueles que no currículo tiverem cursos do Prominp, ligado ao Centro. E os outros dez municípios envolvidos nesse processo, como os moradores dos mesmos, que queiram (e precisam) fazer estes cursos vão se mobilizar, dormir, comer, para frequentá-los? Por que o PROMINP não implanta núcleos de formação dentro de cada município, para que VERDADEIRAMENTE, os moradores locais tenham possibilidades de serem absorvidos dentro das linhas de trabalho desta faraônica obra?
Mas, a propósito, seria bom o pessoal de RH do Comperj dar uma olhada no seu site, e averiguar melhor quem faz parte da administração de cada município. Em relação a nossa cidade, os dados (clique) que estão lá mais parecem uma salada de frutas....
Alex Hudson
Rio Bonito - RJ
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