sexta-feira, março 23, 2012




Está ocorrendo uma verdadeira corrida do ouro pela obtenção de créditos de carbono. Há alguns dias ocorreu um acordo com a Irlanda à revelia da maioria dos indios, para obtenção de créditos de carbono. A preservação e o uso sustentável das matas deveria ser uma iniciativa voluntária, onde não haveria transação de euros ou dólares, mas parece que as coisas não serão assim, e temo que isso possa causar problemas de segurança nacional.

De acordo com o jornal “A Hora do Povo”, a empresa irlandesa Celestial Green Ventures se apresenta em seu site como líder mundial de créditos de carbono. Por estes créditos, a multinacional afirma que já assinou 17 contratos na Amazônia, com municípios, proprietários de terra e comunidades indígenas. Entre essas comunidades, estão as etnias Parintintin, no Amazonas, Karipuna, no Amapá, e Munduruku, no Pará. Somente com essa última, o contrato totaliza US$ 120 milhões, por um período de 30 anos. O negócio garante à empresa “direitos” sobre a biodiversidade, acesso irrestrito à terra indígena, com 2,3 milhões de hectares, e impede que os índios plantem ou extraiam madeira. Qualquer intervenção dos índios necessita aval prévio da empresa irlandesa. Alguns dizem que estes contratos não tem qualquer validade jurídica, mas a empresa, ao que parece está em vias de se estabelecer.

A questão dos créditos de carbono e etanol são realidades que devemos estar bem antenados, pois a partir daqui, poderá ser fonte de progresso e preservação ambiental, como poderá ser o campo das negociatas e politicagens do futuro. A Amazônia ainda é o pulmão  verde do mundo, que herdamos pela benção de Deus, e não estamos sabemos cuidar. Quando o dono não cuida, logo chegarão outros donos, e parece que isso tem acontecido com frequência cada vez maior.

Segundo a revista “Nature”, de 18 de janeiro deste ano, a partir da análise da interação entre os sistemas biológicos e físicos, com os socioeconômicos, o estudo mostrou que a capacidade natural da floresta se regenerar não está dando conta de resistir a frequência das agressões. Desta forma, toda a ajuda saudável é bem vinda. Há muito os estrangeiros estão naquelas matas com projetos de sustentabilidade e realmente deve haver algum benefício. Resta saber em relação a custos e ganhos, quanto dos ganhos monetários estão sendo deixados no Brasil, ou isso significa que estamos correndo o risco de perder a soberania sobre o espaço brasileiro.


A despoluição é assunto mundial, mas a não ser que realmente não haja mais fronteiras em lugar algum, com uma verdadeira globalização, quem garantirá que não continuaremos a ser os espoliados?

Enquanto há alguma reação do governo federal contra estes contratos entre empresas estrangeiras e tribos indígenas, a FUNAI os aprova abertamente, o que nos deixa de sobreaviso se há uma intenção de mercantilização da natureza. É necessário que desenvolvam-se mais e mais políticas publicas para estudos, resolução de problemas e promulgação do desenvolvimento sustentável daquela região, que felizmente já vem sendo acenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Mas é preciso fazer mais, muito mais, e rápido. Como já foi dito: A terra é dos índios, e o carbono, é de quem?

Alex Hudson
Rio Bonito - RJ

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)