quarta-feira, março 28, 2012




                Achei interessante o título deste livro, publicado em 2004, e resolvi conhecer seu conteúdo. Embora seja lógico que o autor traçou um objetivo, que foi escrever uma história do Brasil na contra-mão do que se aprende nas cadeiras escolares, e também sabendo que muita coisa realmente não chegou até nós, percebi que em alguns momentos  o autor, Leandro  Naerdoch, que  inclusive já pubicou outro livro do mesmo estilo, sobre a America Latina, colocou alguns fatos contestáveis como teorias pessoais.

            Como o fato de mostrar os primeiros índios que acompanharam a chegada de Cabral e suas caravelas já serem munidos de malícia para se aproveitarem dos recem chegados, e que dominavam os primeiros brancos no Brasil  mais do que eram dominados, e que vivam  bêbados juntos aos engenhos de cana. Referiu ainda que os indígenas nativos transferiram muito mais doenças aos brancos do que o contrário. Por exemplo, citou que a sífilis foi uma doença saída das Américas, mas não citou o fato que há comprovações que a mesma existia antes da Idade Média na Europa. Escreveu que os índios também transmitiram a tuberculose, quando se sabe que há indícios desta enfermidade em múmias do Egito. Também omitiu uma estratégia dos colonizadores  darem “presentes” contaminados com doenças como sarampo e varíola.

            Citou que negros alforriados ou que conseguiam comprar sua liberdade, acabavam tendo escravos e mesmo se tornando por sua vez, traficantes de escravos. Acredito que se fôssemos colocar estes fatos em estatística, não seriam dados numericamente relevantes, junto aos mais de 4 milhões de seres humanos que sofreram tanto a tragédia da escravidão, mas é importante lembrar que aqui o tema foi um Brasil politicamente incorreto, e estes que agiram tão erradamente, não eram brasileiros e sim africanos.

            Da mesma forma, o autor tem muitas informações sobre a guerra do Paraguai, mostrando que realmente fez uma longa pesquisa, só que no o politicamente incorreto foi o próprio Paraguai. Desta guerra, ocorreu a morte de quase 70% da população paraguaia da época, mas qual guerra não é atroz e violenta, e o que deveria estar pensando o governante paraguaio, quando pensou poder tomar as terras brasileiras num ato totalmente insano, dadas as proporções de um e outro país?

Afirmou que  Aleijadinho como o artista que conhecemos, nunca existiu, que construiu-se um mito ao redor de sua pessoa.  Como nunca existiu, se temos obras e obras falando de seu trabalho e sua vida junto aos inconfidentes de Minas? As próprias obras endossam o avançar de sua doença, quando as próprias estátuas também começaram a apresentar deformações, reflexo provável de seu sofrimento físico, que lhe serviu e serve ainda para quem quiser ver  como assinatura.

Estamos num país democrático, felizmente, e as observações sobre as negociações atrapalhadas do estado do Acre, e considerações sobre o confronto de São Paulo, são bastante minuciosas. Porém, achei desrespeitoso chamar Santos Dumont de gay e picareta.. Os homens públicos e seus destinos, às vezes saem do controle das próprias mãos, e ver a vida de uma pessoa famosa apenas com as lentes da crítica, toldando suas qualidades, adicionando impressões pessoais que por sua vez não são comprovadas, me fez algumas vezes ter vontade de parar de ler.

Já na história de Carlos Prestes, a acidez característica da narrativa traz a idéia traçada num fio que chega à revolução de 64. Todos sabemos hoje que o romantismo em torno daqueles rebeldes, que iam parar nos calabouços de tortura, escondia não um ideal de liberdade, mas luta armada para a imposição de uma ditadura comunista cruel como foram as da Rússia, China e Cuba.

            Senti falta apenas do relato sob o mesmo ponto de vista de todo o texto, dos fatos após a a Revolução, parando abruptamente em 64, com a impressão de cansaço. Espero que o autor, continue daí para frente em novas obras, para que possamos saber suas impressões sobre este Brasil dos últimos cinquenta anos.

Alex Hudson
Rio Bonito - RJ

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)