Eu pensava que era apenas na capital que se necessitava de
apoio policial nas escolas, para haver proteção e evitar abusos e conter a
gangue “A” ou “B”. Mas no dia 31 de maio fiquei assustado, ao perceber que em nossa cidade está
necessitando de uma ronda escolar, que esta seja da Guarda Municipal, pois a PM
tem mais coisa a fazer do que intervir em brigas de pequenos.
Dia 31 de maio na saída do turno da manhã no Colégio Desembargador,
só não virou uma praça guerra graças a intervenção da diretoria do colégio, ou
seja, eles tiveram que acionar a PM para não acontecer coisa pior. Revistaram alguns que aguardavam a saída de
outros , e depois foram embora.
Intrigante foi saber que tratava-se de alunos x alunos, ou
seja, alunos da Escola Barão contra os da Escola Desembargador. Outra coisa que intrigou mais ainda, que
havia os incentivadores e até mesmo um dos meninos tentou vender-me um vídeo,
que ele dizia ser inédito, ou seja, que ainda não estava na internet, por
R$5,00, que era a filmagem da briga de dia anterior em frente ao Dirceu, mas
ele tinha um outro vídeo que ele me venderia por R$10,00 que era pura
pancadaria. Isto é deplorável, e medidas exemplares devem ser tomadas de
imediato, antes que ocorrências mais graves ocorram.
Na realidade, na sociedade atual, tecnológica, consumista e competitiva, que
valoriza a aquisição de bens de qualquer forma, que só dá oportunidades aqueles
que já possuem algo, o comportamento dos jovens será uma tentativa de adaptação.
Eles vão tentar agir de acordo com o meio que lhes cerca, e o meio é
invariavelmente muito adverso.
A violência nas escolas não é fenômeno novo, e a sociedade
tem sido indiferente a esta situação, em relação a indivíduos que ainda tem a
personalidade em formação, são frágeis e muitas vezes adotam condutas de
violência como forma de imitação/proteção.
A família, o educador
e a sociedade como um todo, são responsáveis pela construção do caráter
e da personalidade das crianças, e todos
têm de se mobilizar, em vez de fingirem que não existe o problema.
A verdade é que hoje em dia, as crianças são “adotadas”
pela internet e a televisão, já que os pais em geral trabalham muito, e chegando em casa cansados demais para
interagir.
As crianças e jovens acabam canalizando a violência que
campeia ao seu redor e as pressões de um mundo demasiadamente competitivo,
envolvendo-se precocemente com álcool, fumo, drogas, agressão, por ausência
absoluta de referências positivas, que poderiam obter no seu lar ou em sua
escola, se houvesse mais atenção.
Nas manifestações públicas de violência, os jovens procuram
obter segurança, respeito, prestígio, frente aos demais. Numa sociedade onde
grupos familiares estão cada vez mais desagregados, este vazio é preenchido por
estes grupos, que distorcem os conceitos reais de uma família.
Frente ao que vi na nossa cidade, só posso concluir que
está passando da hora de se tomar atitude, mostrando a esses jovens arruaceiros
e briguentos que não são estas atitudes que o farão melhores, mais, populares e
destacadas no meio em que vivem. Que isso só levará a outras atitudes mais
radicais, que só lhes causarão prejuízos à saúde e à sua vida futura.
Alex
Hudson
Rio
Bonito - RJ
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