Boa Esperança - Rio Bonito - RJ |
Possuo, não tesouros de ouro ou
papel, e ao meu redor a riqueza é pródiga, mas invisível.
Pois
em geral as pessoas esqueceram que o céu é azul, e que nele habitam nuvens de
todos os formatos e tamanhos, nunca iguais. Que a Lua tem suas fases e inúmeras
subfases, cada dia de uma cor de prata diferente, com cavalos e dragões mudando
de lugar em suas colinas e dunas.
O
Sol, não posso olhá-lo, mas posso sentir seu calor e vigor, acompanho quando
ele vem junto da chuva, transformar sementes em árvores, junto do tempo para
mudar lagartas em borboletas e posso percebê-lo levantando-se devagar, para aquecer frias manhãs.
Observo
as infinitas cores nas asas e bicos que pousam nos arbustos, a brincadeira dos
potrinhos na campina lá adiante, o gado preguiçosamente atravessando a
porteira, com o pelo brilhando e os olhos plácidos.
Estas
riquezas e muitas outras desfilam diante de meus olhos, e não têm preço.
Da
mesma forma ouço o canto das aves, as palavras suaves das mães, a risada
gostosa das crianças. Para que escutar o feio, o indecoroso, o corrosivo, dos
que nada sabem de verdadeiros valores, e que depreciam a voz, este outro dom de
Deus tão caro?
E
poder abotoar os botões da roupa, calçar os sapatos, colocar os pés para andar
e mãos e braços para abraçar....Todos estes tesouros Deus nos deu!
Então
possuo estes tesouros, mas às vezes parece que só eu sou verdadeiramente rico,
porque todos andam correndo para as riquezas fátuas, mais e mais, e brigam, e
guerreiam, e se destroem... Quando acham que as obtém, não sabem mais o que
fazer com elas, já pensando em outra coisa, até que elas escorrem pelos dedos,
ou não podem vê-las, senti-las, vive-las.
Alex Hudson
Rio Bonito - RJ
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