A Força da Natureza na distância da
minha mão. A chuva que caiu neste final
de semana, mostrou sua fúria indomável.
Pude sentir o vento e a torrente d’água apenas estendendo a mão em minha
varanda.
Uma espessa cortina d’água toldando a
silhueta das colinas ao longe e borrando o contorno dos telhados ao redor, e a
ressonância dos trovões cortando o silencio, os clarões dos raios cortando a
noite.
Assim como sentimos externamente,
muitas vezes temos estas tempestades de raios e trovões dentro de nós. Com a
diferença que a natureza nos deu também o raciocínio e o bom senso, de modo que
possamos administrar a própria violência interna, saindo de cena até acalmar o
vendaval interior, ou deixamos ele se manifestar de acordo com a necessidade do
momento.
Na maioria das vezes, as tempestades
internas são tão necessárias como as externas, porque lavam a estática ruim das
comunicações duvidosas, deixam à mostra o cerne limpo e renovado das
disposições edificantes, apagam trajetórias incorretas, influências deletérias,
enfim, deixam o céu de nossas mentes mais claro e disponível para quando o Sol voltar a brilhar.
As tempestades, mais que tudo, apontam
nossa pequenez, nossos limites, demonstram também, que tais quais as a
vicissitudes, elas começam e terminam, e ao cessar, parece que o mundo valoriza
mais as belezas, capricha mais no reflorescer, no renovar-se, tenta refazer
ainda mais aprimoradamente o que foi destruído...
Os ventos e as tempestades ainda
servem para limpar a atmosfera turbulenta, as ambiências intoxicadas, as
vibrações de baixa qualidade. Apagam os incêndios, derrubam construções frágeis
e mal feitas, varrem escolhos, lixo e escombros.
Na hora da tempestade, externa ou
interna, fiquemos observando da janela, física ou da alma, evitando nos expor
em seu perigoso vórtice, mas aprendendo com ela, acompanhando sua intensidade
crescente ou decrescente, seu poder, sua direção, seus objetivos. Vamos
compreender o porquê de sua violência, mas aprender a contornar seu poder de
destruição, canalizá-la, talvez, colocar em depósitos de água, ou de força e
resoluções, administrar sua abundância e exagero para épocas de escassez.
Alex Hudson
Rio Bonito - RJ
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