terça-feira, março 26, 2013




De acordo com o Estadão de 13/03/2013, o  governo federal irá destinar menos dinheiro em 2013 para a preparação e organização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. No total, de acordo com relatório produzido pelo Ministério do Planejamento, R$ 993 milhões estarão disponíveis para investimentos na elaboração das duas competições – ou 52% dos R$ 1,9 bilhão destinados à área de Desportos e Lazer.

Em 2012, os dois eventos, somados, foram liberados R$1,068 bilhão para realizar os investimentos necessários. O valor representou 66% do total do destinado à área esportiva, de 1,6 bilhão.

Boa parte do montante – R$ 500 milhões - será utilizada no que concerne à implantação da infraestrutura esportiva adequada. Além disso, R$ 131 milhões serão alocados na preparação e organização dos Jogos, enquanto os 132,7 milhões restantes servirão para a manutenção da Autoridade Pública Olímpica, órgão que tem como objetivo coordenar as esferas federal, estadual e municipal para a realização do evento.

Enquanto isso, a ONG NG Contas Abertas mostra que o governo federal aplicou, no ano passado, apenas 32,2% dos recursos previstos para a prevenção e resposta aos desastres naturais. Do total de R$ 5,747 bilhões autorizados no orçamento do exercício de 2012, apenas R$ 3,682 bilhões foram empenhados (reservados) e só R$ 1,853 bilhão foram efetivamente pagos.

Outra fonte (Portal Vermelho), publicou que o Ministério da Integração informou que somente em 2010 , R$ 240 milhões foram destinados pelo Governo Federal; em 2011, R$ 150 milhões e em 2012, R$ 35,9 milhões. Também afirmou que o Ministério frisa que entre 2008 e 1011, o governo federal destinou R$ 13,3 bilhões que não estavam previstos no orçamento para obras e ações emergenciais em Estados atingidos.

A Agencia Brasil  publicou que em 18/03/2013, que o governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou a liberação de R$ 3 milhões para a contratação de serviços emergenciais na cidade de Petrópolis, cidade serrana castigada novamente pelas chuvas . O dinheiro será usado para contratar 500 pessoas, que trabalharão em uma frente de trabalho para restabelecer a normalidade nos locais atingidos pela chuva.

O Governo Federal está fazendo a sua parte, o Governo Estadual também, porém, denotamos uma discrepância entre os valores relatados e a real necessidade das cidades que não têm visibilidade em relação aos grandes eventos que ocorrerão, e sofrem seguidamente, também pela falta de governabilidade local, e não estão conseguindo se reerguer após seguidos desastres naturais.

Deixo para cada um refletir o sofrimento destas populações que vivem no medo e na espera de ações efetivas, e enquanto isso, vivem a realidade de não saberem como será o hoje, enquanto há o outro lado de obras faraônicas que têm pressa para amanhã encantar um público estrangeiro, que talvez  venha sem perceber o alto preço social de tal deslumbramento.

Da minha parte, penso que o dinheiro para as consequências os desastres naturais existe, porém, há um grande atraso na mobilização das ações. A morosidade na liberação, a aplicabilidade errada, como o que aconteceu com o conjunto habitacional no morro do Bumba, quase completamente condenado, ainda nem foi entregue e sem condições de habitação, pois ameaçam cair. Como os desvios criminosos nas obras de reconstrução após a tragédia de 2011 na região serrana, onde quase nada foi feito em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Alguma coisa sempre oblitera  os recursos, de forma que as chuvas voltaram e de novo afetaram Niterói, Teresópolis, Nova Friburgo e em especial a cidade de Petrópolis, ali arruinando mais habitações  e levando mais vidas.

É imperioso que haja um mecanismo, através de um órgão governamental específico para estas situações, que possa agir imediatamente, sem  burocracia e fragmentação, com eficiência e resultados duradouros. Que solucione de forma efetiva e não ações precárias  e provisórias como têm ocorrido, de modo que tudo tem de ser reconstruído e refeito novamente a cada temporada de chuvas.

No caso de Petrópolis, durante todo o ano passado, o município foi bombardeado com projetos que visavam a inclusão da cidade nos grandes eventos esportivos que o Brasil receberá nos próximos anos. Foram realizadas diversas ações e até uma entidade não governamental foi criada. No entanto, com o passar do tempo, a falta de financiadores e rixas políticas atravessaram as intenções do governo municipal.
O Estádio Atílio Marotti,  foi escolhido pela cidade para pleitear uma vaga no catálogo oficial de Centros de Treinamento de Seleções (CTS) para a Copa do Mundo de 2014 da Fifa, entidade máxima do futebol. Na época, a secretaria mantinha a intenção de atrair a seleção da Alemanha para aclimatação para o mundial, mas para isso era necessária a aprovação da Fifa. A colonização e a proximidade histórica com o país seriam exploradas na tentativa. No entanto, no início de fevereiro, a entidade divulgou a segunda versão do catálogo, mas Petrópolis, mais uma vez, ficou de fora da lista dos aprovados. Talvez, se fosse incluído, tais acontecimentos como os de agora não estariam ocorrendo.

Sabemos que nem tudo está correndo às mil maravilhas na preparação para os Jogos da Copa e Olimpíadas e a contínua injeção de verbas, mas é imensurável a diferença entre as disponibilidades de verbas para estes eventos e a penúria social em que vivem os demais municípios do Estado do Rio, sem entrar em detalhes quanto aos outros estados brasileiros.

Pelas informações que temos, o custo estimado das obras do Maracanã já sofreram várias mudanças:

Com estes valores, quantos estádios novos poderiam ter sido construídos? Quantos prédios, casas, estradas, encostas poderiam ter sido recuperados?

Mesmo que a obra do Maracanã já tenha gasto praticamente o dobro do estimado, nunca faltaram novas injeções monetárias, novos empréstimos, mais verbas disponíveis. Enquanto isso, a morosidade e ineficiência para o socorro de quem sofre no aqui e agora continua em passos de tartaruga.

A verdade tem que ser dita, poucos são os brasileiros que irão pagar R$500,00 para assistir um jogo da seleção brasileira, ou seja, a copa é pra estrangeiro ver, então que eles paguem os investimentos que os Países tem que fazer para a realização das mesmas.

Encontramos um trecho do publicado o “Diário do Nordeste” em 19/03/2013:

“Nenhuma das casas populares prometidas pelo governo estadual aos desabrigados das chuvas da região serrana do Rio, há dois anos, ficou pronta. Em Petrópolis, por exemplo, as 368 casas previstas nem saíram do papel. Mais de mil famílias ainda vivem do aluguel social na cidade. Nova Friburgo é a única das cidades onde as obras já começaram. Há 2.100 imóveis em construção. As chuvas que devastaram a região de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo em janeiro de 2011 deixaram mais de 900 mortos.

Em agosto de 2012 o governo federal liberou R$ 545 milhões para a construção de casas e obras de prevenção nas três cidades, mas as licitações, feitas pelo governo do Estado, ainda não foram concluídas.”


Podia melhorar, não podia?.


Alex Hudson
Rio Bonito - RJ


 Fontes consultadas:

Portal Vermelho
ESPN
Agência Brasil
Diário do Nordeste
G1
Meu Rio

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)