domingo, abril 07, 2013

 

A baixada do rio Guapiaçu em Cachoeiras de Macacu/RJ, distante cerca de 100 km da capital fluminense é hoje uma pacata região onde centenas de pequenos e médios agricultores produzem frutas, legumes, verduras, tubérculos e pequenos animais. A maior parte da produção abastece o CEASA do Irajá e daí chega às feiras livres e mercados de todo o Grande Rio. A maior parte destes agricultores mora na região há várias décadas em lotes de antigos projetos de colonização, como Vecchi e Quizanga, ou mais recentemente em áreas adquiridas através do Banco da Terra, como é o caso da Fazenda Serra Queimada.

Entretanto, a tranqüilidade destes agricultores está agora ameaçada pela construção de uma barragem no rio Guapiaçu, cujo objetivo fundamental é ampliar a oferta de água para o entorno do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O Comperj é uma das maiores e mais polêmicas obras do PAC, capitaneada pela Petrobrás, que envolve a construção de refinarias e fábricas de beneficiamento de derivados de petróleo. Localizado em Itaboraí, município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), o Comperj estende sua área de influência para mais de uma dezena de municípios.
Desde a decisão de sua construção enorme polêmica se estabeleceu em torno das vantagens e desvantagens de sua localização. A decisão de instalá-lo em Itaboraí esteve longe de ser consensual e entre os principais argumentos contrários estão a poluição atmosférica já bastante acentuada da RMRJ, a proximidade da já poluída Baía de Guanabara e, sobretudo, a vizinhança da única área de manguezal preservada da Baía de Guanabara, a APA de Guapimirim.

Entre os principais impactos ambientais que o Comperj deve causar estão: a) o aumento da poluição atmosférica – uma vez que a petroquímica é uma das indústrias que mais emite gases tóxicos; b) o aumento da poluição das águas da Baía da Guanabara – pelo despejo de dejetos industriais e esgoto doméstico nas suas águas ou nos rios que para ela convergem; c) a destruição dos remanescentes de manguezais e com eles do que resta de pesca artesanal na Baía da Guanabara – seja pelo adensamento populacional no entorno, seja pela própria poluição das águas do fundo da Baía. Há ainda os impactos sociais, com o provável aumento da violência e das carências sociais numa das regiões mais degradadas da Metrópole, onde as taxas de saneamento são inferiores a 20%.

A todos esses impactos soma-se agora esse da ameaça de afogamento dos agricultores do Guapiaçu. E mais uma vez chama atenção a forma como os governos municipal, estadual e federal agem, sonegando informações nas fases de estudos e apresentado como fato consumado para o qual não há alternativas em seguida.

Este é um dos principais questionamentos feitos pelo Ministério Público Federal em Despacho de 1º de fevereiro de 2013, quando alega que a Secretaria de Estado do Ambiente não procedeu com a devida transparência na fase de consultas públicas e agora apresenta como definitiva a construção da barragem no Guapiaçu, frente a outras alternativas possíveis para o reforço do abastecimento de água do Leste Metropolitano.

Assim, mais uma vez, como no caso do Porto do Açu em São João da Barra, verifica-se que os governos federal e estadual juntam-se para legitimar grandes empreendimentos e o fazem violando os direitos dos trabalhadores rurais e desrespeitando a legislação ambiental. Esta é a prática recorrente da trinca DILMA/CABRAL/MINC: para o capital todas as facilidades, para os trabalhadores truculência e nenhum direito assegurado, para o ambiente, duvidosas compensações, que muitas vezes impactam ainda mais os trabalhadores…

Fonte: O Globo



Fonte de Imagens e textos: MST

Titulo Original: 400 agricultores afogados em benefício do COMPERJ, com o respaldo da parceria DILMA/CABRAL/ MINC

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)