Imagem ilustrativa |
Ricardo Irigoyen
Vivemos numa sociedade que tem dois pesos e duas medidas. Dependendo de quem você é ou a quem você conhece é o tipo de vida que terá. Se você é um garçom provavelmente ganhará um ou dois salários mínimos mais gorjetas, mas se você conhece algum senador ou deputado terá chance de ganhar 10 vezes mais. O primeiro trabalhará muitas horas semanais, o segundo poucas horas, somente quando há sessões nas Câmaras, e que sabemos são muito poucas.
Além dos garçons temos outros exemplos interessantes, como se comparamos o tratamento que recebe o filho de um bilionário ou de um operário, no caso que cometam alguma infração à lei.
Também temos o caso do tipo de atendimento que se recebe quando existe um problema de saúde, apesar de que todos pagam de forma proporcional ao que ganham. Os poderosos são reembolsados pelas despesas, escolhendo o melhor tipo de tratamento, os ricos pagam do seu próprio bolso ou possuem seguros de saúde que cobrem todas as despesas e o resto mendiga por um atendimento, inclusive os que pagam os seguros de saúde patrocinados pelos seus empregadores.
Há uma só forma de combater esta dicotomia de valores, dar o mesmo valor a todos os cidadãos, considerar que todos são iguais perante a lei. Está na constituição e na Declaração Universal dos direitos do ser humano. No entanto, desde que o mundo é mundo existiram e existirão os poderosos e os dominados. Podem mudar os nomes dos regimes, monarquia, democracia, anarquia, ou qualquer outra denominação, sempre foi e sempre será assim. Até nas igrejas, cultos, ou como queiram chamar haverá os que comandam e os seguidores. Sempre o usufruto dos benefícios será dos líderes, houve na história da humanidade poucos exemplos de líderes que viveram de forma igual ou pior que seus seguidores: Jesus de Nazaré e Gandhi são dois que recordo neste momento, mas conseguiram mudar o rumo da humanidade ou de seus países.
Não existe maior corruptor que o poder. Ele por si só é capaz de transformar ao homem mais honesto e bem intencionado em um ser ávido por privilégios. Não podemos transformar o mundo ou às pessoas, somente podemos mudar o que está ao nosso alcance, ou seja, a nós mesmos. Quero agradecer a todos os heróis anônimos que nos circundam e que transformam a nosso favor o mundo em que vivemos. Reconhecer que se não fosse por essa enorme massa de heróis, que trabalham todos os dias, que viajam três, quatro horas para ir e voltar de seus trabalhos, que são honestos apesar do exemplo de seus líderes. E também a alguns patrões que são exemplo de querer mudar o país em que vivemos, e termino este artigo lembrando o cartaz que uma empresa de engenharia coloca nas suas obras: Não insista, não damos propina, nem aceitamos trabalhos que requeiram o pagamento de comissões.
Devemos dar ao outro aquilo que gostaríamos de receber, sem esperar nada em troca, simplesmente porque achamos que isso é o justo. O médico, advogado, policial, juiz, político, pastor atender ao público pensando que pode ser seu próprio filho, mãe, pai, irmão.
E você, meu caro, como pensa agir?
Boa semana.
Fonte:
Agência Rio de Noticias
0 comentários:
Postar um comentário