domingo, agosto 28, 2011

Para dar inicio a este comentário gostaria de Agradecer ao Flávio Azevedo que nos trouxe através de seu Blog e Facebook a oportunidade de comentar sobre assunto de grande importancia para vida humana, abaixo está o que penso a respeito.



Uma economia auto sustentável é a meta dos governos evoluídos. Porém, é necessário ter uma ampla visão, um conhecimento multidisciplinar para a compreensão real, desde que o viés é o pensamento de um mundo melhor e menos degradado.

É importante ver com olhos realistas os empreendimentos quanto à adaptação às expansões dos pólos urbanos, assim como a preservação de áreas rurais que precisam de desenvolvimento.

É um erro pensar que tudo se resolve com injeções de dinheiro. O meio ambiente tem se degradado com uma velocidade muito acima de sua natural capacidade de recuperação. Dinheiro nenhum consegue reaver matérias primas não renováveis que escasseiam. E os projetos a longo prazo, de concessões de riquezas naturais devem ser criteriosamente estudados por geólogos, ecologistas, defensores ambientais e não somente por políticos de carreira.

No que tange a concessão da exploração de agua pela CEDAE, nos municípios do Conlest ligados ao Comperj, dos quais se inclui o município de Rio Bonito, esta deveria constar de relatórios frequentes, prospecções, projetos de recuperação ambiental, planos referentes aos cuidados com as fontes dágua, sobretudo soluções para os problemas de abastecimento e controle da água potável e rede de captação de esgoto, ainda deficientes em muitas regiões do município, antes da construção de novas redes de canalização e captação da agua para locais de seu interesse.

Será necessário saber, se as licitações abertas para as inúmeras indústrias, que naturalmente serão beneficiadas com uma expansão na rede de abastecimento de água, contém exigências para medidas ambientais que não causem impacto, de acordo com todo o cuidado que o Comperj, desde as primeiras horas, vem alardeando.

Fala-se sobre um contrato de concessão para a CEDAE de 30 (trinta) anos... Qual o impacto deste crescimento? Que se espera sobre os mananciais existentes no entorno de Rio Bonito,Tanguá e Silva Jardim? Onde estão as maquetes, as simulações em computador, os projetos de reflorestamento junto às áreas exploradas?

Onde estão os cálculos de limitação da exploração máxima, os riscos de impacto ambiental? E quais exatamente as águas que serão exploradas?

Falar de uso de águas para os próximos anos é tambem lembrar de Comperj. A demanda de água industrial para o Comperj é da ordem de 1,0 m3/s, vazão já considerando o reuso de efluentes em até 90%. O atendimento a esta demanda ainda está em estudo, sendo avaliadas as seguidas alternativas:

a) Rio Guandu
b) Reservatório de Ribeirão das Lages
c) Rio Paraíba do Sul
d) Reservatório do Rio Guapi-Açui
e) Reservatório de Juturnaíba
f) Agua de reuso do ETE- São Gonçalo

Há críticas específicas da UFF-Universidade Federal Fluminense, quanto à utilização do Reservatório de Juturnaíba, pois interfere na qualidade da água, por consequência a demanda humana de água potável numa área densamente povoada e que já tem disputa de recursos hídricos, de acordo com o “Relatório base do Plano Municipal de Saneamento Básico da Prefeitura Municipal de Itaboraí”- maio 2010.

Segundo o decreto no 90.760.de 11/03/1987, que regulamenta a Lei 1.130 de 12/2/1987, e localiza as áreas de interesse especial do interior do Estado, regulamenta o seguinte:

XXX – município de Rio Bonito

a- Área de proteção aos mananciais
1) de classe I – nascente da Serra do Sambé e Rio Bacaxá no distrito de Rio Bonito
2) de classe II – parte do manancial de Juturnaiba localizado nos distritos de Rio Bonito e Boa Esperança

De acordo com a leitura de todo o decreto, não somente a CEDAE está envolvida no processo de manutenção destas áreas de proteção mas tambem a FEEMA e FLUMITUR. Logo, as mesmas tem de estar presentes e atuantes em qualquer plano que se queira seguir adiante em relação à utilização das águas referidas.

E que se respeite os locais oficialmente tombados que se seguem:

- Queda da Boia
- Queda d’água de Rio Seco
- Queda d’água de Bagres
- Fonte de agua mineral do Catimbau
- Fonte natural do RIo Vermelho
- Parque da Caixa dágua
- Ribeirão das Lages(represamento)

Além disso, Rio Bonito tambem recebe em parte água do Rio São João, com muitos ecossistemas aquáticos e vivos. Este rio é extensamente utilizado e por isso mesmo sua proteção é essencial. Basicamente, os usos dos ecossistemas aquáticos da bacia do rio São João são:

• Abastecimento Público;
• Irrigação;
• Consumo Industrial
• Extração de Areia;
• Criação de Peixes e Pitus;
• Dessedentação de Animais Domésticos;
• Manutenção da Biodiversidade
• Pesca;
• Recreação;
• Navegação.

Diante disto tudo, acredito necessário a permissão de especialistas e da população devidamente conscientizada, para que possam refletir, observar e opinar sobre o que é melhor, a respeito da verdadeira riqueza, que é a água potável de seu berço natal, e não ficar nas mãos dos interesses meramente político-econômicos.

Finalizo com uma frase de um grande homem de seu tempo, mas cuja mente estava 500 anos à frente: “Se tens que lidar com água, consulta primeiro a experiência, depois a razão” – Leonardo da Vinci


Alex Hudson
Rio Bonito - RJ

Fontes consultadas:

Site: CILSJ - Consórcio Intermunicipal Lagos São João
Site: Serla - Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas

Foto: Darlan
(Arquivo Pessoal)

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)