terça-feira, janeiro 21, 2014







O DESGOVERNO AMEAÇA A SAÚDE

Num mundo onde há cientistas pensando em viajar para Marte, onde robôs operam pacientes à distância por controle remoto, e tantas outras tecnologias, é um total paradoxo vermos que noções básicas de higiene e Boas Práticas de manejo não são cumpridas nos pontos fundamentais: alimento, água, esterilização adequada de material contaminado. Como se quer resultados (entenda-se SAÚDE) se não é feito o mínimo do mínimo?????

Quero deixar aqui uma denúncia a respeito da desobediência às normas de cuidados sanitários básicos que vem ocorrendo na UPA de Rio Bonito, contaminar as refeições feitas dentro deste padrão.

Em pouco tempo em que estive na Upa, em decorrência de aguardar a evolução do quadro de um amigo adoentado, no dia 07/01/2013, de pronto já houve um desacerto pela demora do cardiologista em assistir o caso, considerado de urgência.

Acompanhando então a evolução dos procedimentos, foi se descortinando ao meu redor uma quantidade tão absurda de infrações sanitárias, que eu tenho de expô-las, para que uma vez denunciado, comprovado através das fotos, a mídia divulgue amplamente para que as autoridades adotem as medidas convenientes. O que não pode é a população ficar a mercê da precariedade de higiene, completamente inaceitável, que no momento impera nesta UPA, e talvez seja um alerta para outras Unidades de Saúde em outras localidades que estejam em condições semelhantes.

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07/01/2014 - As 08:04 roupas sujas da UPA e ou do Hospital Colônia e material de limpeza dentro do veículo


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07/01/2014 - As 08:04 roupas sujas da UPA e ou do Hospital Colônia e material de limpeza dentro do veículo


O que se vê é um mesmo veículo, em nenhum momento higienizado nos diferentes procedimentos. Primeiro, o compartimento de carga do furgão foi carregado com sacos de roupa suja proveniente da UPA e ou do Hospital Colônia, onde se viu também recipientes de limpeza em contato direto com estes sacos. Da mesma forma, a separação entre o compartimento de carga e a frente do carro é apenas com grade, sem nenhuma vedação. O mesmo veículo em outro momento transportou recipientes abertos, para serem abastecidos de água da biquinha da Praça Pietro Violante no Bairro de Bela Vista que voltaram cheios, com copos de plástico servindo como tampas, em vez da vedação obrigatória, e sem qualquer selo comprovando a qualidade da água.

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07/01/2014 - As 08:33 o mesmo veículo que transportou roupas infectadas para serem lavadas, vai buscar água na biquinha, situada na Praça Pietro Violante no bairro Bela Vista. As caixas azuis é onde eles colocam a comida, na maioria das vezes a sobremesa não vem dentro das caixas, esta comida e sobremesa são para o consumo dos pacientes e funcionários.


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07/01/2014 - As 10:05 o mesmo veículo que transportou roupas infectadas para serem lavadas, transporta água advinda da biquinha (Bela Vista), esta água serve para pacientes e funcionários.


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07/01/2014 - As 10:05 o mesmo veículo que transportou roupas infectadas para serem lavadas, trasporta água advinda da biquinha (Bela Vista), esta água serve para pacientes e funcionários. Hoje galões tem até data de validade, sabendo-se que os mesmos galões são esterilizados nas fontes que engarrafam agua mineral o que difere e muito da UPA, pois os galões estavam no corredor e totalmente ralados e com aparência de sujos. Perceba que a tampa dos galões são copos descartáveis.)



Agravando a situação, o MESMO veículo, ainda sem qualquer limpeza entre uma tarefa e outra, foi ainda carregado de recipientes para transporte da comida a ser fornecida aos pacientes e funcionários. Ao perceberem que tudo estava registrando, foi dada uma contraordem, para que neste dia, os conteiners de alimento serem transportados em outro veiculo, que ao chegar, demonstrou ser inadequado. O transporte foi feito em duas viagens, porém, o veículo, da mesma forma que o outro, não teve qualquer preparo de ordem higiênica e saneadora, o que deve fazer parte da rotina diária. Infelizmente.

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07/01/2014 - 11 horas - Então começa um reboliço na unidade quando percebem que estamos registrando as idas e vindas do tal carrinho, então fico sabendo que o tal veículo não iria mais coletar a comida destinada aos funcionários e pacientes, arrumaram um substituto para tal feito. Pegam um carro da Secretária de Saúde e a improviso dá trabalho, pois no veiculo chamado as presas não cabe as duas caixas azuis que transporta a comida, então tiveram que dar duas viagens.


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07/01/2014 - 11 horas - Então começa um reboliço na unidade quando percebem que estamos registrando as idas e vindas do tal carrinho, então fico sabendo que o tal veículo não iria mais coletar a comida destinada aos funcionários e pacientes, arrumaram um substituto para tal feito. Pegam um carro da Secretária de Saúde e a improviso dá trabalho, pois no veiculo chamado as presas não cabe as duas caixas azuis que transporta a comida, então tiveram que dar duas viagens.

P1030967 07/01/2014 - 11 horas - Então começa um reboliço na unidade quando percebem que estamos registrando as idas e vindas do tal carrinho, então fico sabendo que o tal veículo não iria mais coletar a comida destinada aos funcionários e pacientes, arrumaram um substituto para tal feito. Pegam um carro da Secretária de Saúde e a improviso dá trabalho, pois no veiculo chamado as presas não cabe as duas caixas azuis que transporta a comida, então tiveram que dar duas viagens.[/caption]

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07/01/2014 - 11 horas - Então começa um reboliço na unidade quando percebem que estamos registrando as idas e vindas do tal carrinho, então fico sabendo que o tal veículo não iria mais coletar a comida destinada aos funcionários e pacientes, arrumaram um substituto para tal feito. Pegam um carro da Secretária de Saúde e a improviso dá trabalho, pois no veiculo chamado as presas não cabe as duas caixas azuis que transporta a comida, então tiveram que dar duas viagens.

É urgente um trabalho de reconstrução do conhecimento em Boas Praticas de Saúde e Vigilância Sanitária para que se alinhe esta UPA dentro dos critérios pautados nas Leis Federais. Porque se não for pelo caminho do respeito á vida e interesse pela Medicina Social e do Coletivo, que seja ao menos pela imposição do que o estudo e a prática trouxe até agora para minimizar os efeitos nocivos da indiferença e impunidade na área da Saúde.

Gostaria de explicar melhor a aversão e má impressão que tive a respeito do aqui relato. A contaminação da roupa hospitalar depende basicamente da quantidade de sua sujidade e da proveniência desta sujidade. Roupas sujas de fezes, secreções purulentas, urina, sangue, secreções vaginais, uretrais, gástricas e outras secreções e excreções corporais apresentarão muito maior quantidade de microrganismos do que roupas com sujidade não proveniente de pacientes, como alimentos, líquidos diversos, poeira, etc. Quanto maior a quantidade da sujidade, também obviamente maior será a quantidade de microrganismos presentes na roupa suja.

Lençóis, fronhas e roupas de pacientes apresentam maior contaminação do que colchas e cobertores. Lençóis de baixo ou inferiores apresentam maior número de bactérias do que os superiores e a parte aproximada da cabeceira das roupas de cama também demonstrou maior contaminação do que a parte dos pés da cama. Algumas destas bactérias são suficientes para superinfecções. Lembrando que em ambiente hospitalar há mais chance de baterias resistentes a um grande número de antibióticos. E há bactérias, que se contaminarem alimentos, alem de provocarem infecções, são responsáveis por graves intoxicações alimentares de difícil resolução.

Lembrando que estamos em época de calor escaldante, o que favorece o rápido crescimento da maioria dos microrganismos, e para as bactérias, a barreira de um saco plástico comum e nada é o mesmo. Elas podem passar através dos poros, contaminar o chão do bagageiro, e se aderir por exemplo ao recipiente de água que inadequadamente é conduzido ali, ou ao recipiente para comida, e estes recipientes vão de lá para cá, espalhando só Deus sabe o que de material infectante. E a roupa limpa, eu não vi, mas onde será que ela chega? Será transportada pelo mesmo veículo?


Voltando ao saco plástico para roupa suja/contaminada, por lei é necessário o saco Hamper, saco para o transporte seguro das roupas sujas utilizadas em ambientes médico-hospitalares, podendo estar estar contaminadas por substâncias potencialmente infectantes. Pode ser de pano, em hospitais, onde há lavanderia própria, ou de plástico descartável, com o símbolo de material infectante.

Vamos entender ainda um pouco mais. Pessoas não escolhem hora nem lugar para ficar doentes. Quando precisam ficar nos leitos em observação e sendo medicadas, podem ser portadoras de sarnas, piolhos, fungos, viroses, podem vomitar e ter diarreia. Podem estar com infecções respiratórias, urinarias ou intestinais e apresentarem sangramentos pela boca ou nariz, assim como incontinência urinária ou fecal. Isto vai sujar/contaminar as roupas. Estas roupas são coletadas e quero acreditar que imediatamente são colocadas nos sacos, e não amontoadas em algum local antes do acondicionamento, o que estaria piorando a situação exponencialmente. Outra questão importantíssima, é a potabilidade da água, pois em um local contaminado como um hospital, uma manipulação desastrada e inconsciente da água, será desastrosa. A água é um solúvel universal, e como somos dependentes dela, numa situação de contágio, 100% de uma Unidade de Saúde ficará exposta a um contaminante, sejam doentes, não doentes, funcionários, médicos, enfermeiros, copistas, parentes e visitantes. Estão acompanhando o raciocínio? As bactérias nossas de cada dia, presentes habitualmente em nosso domicílio, são “amigas”, estamos acostumados a elas, e não são patógenas, mas num hospital, ou uma UPA, verdadeiros conglomerados de doenças, se apresentarão como um desafio impossível frente ao nosso sistema imunológico. Então, medidas rígidas e Boas Práticas de Higienização e Controle Ambiental devem ser exercidas em tempo integral. Ou deveriam........

Onde estão os gestores?

Onde está a Saúde Pública?

Onde está a Vigilância Sanitária?

Onde está, enfim, a Saúde?

A ingerência leva a frequentes irregularidades, e a impunidade perpetua as mesmas. Ainda no mesmo local, na sua entrada, onde há bancos e um orelhão, é impossível o acesso, porque se transformou num improvisado estacionamento para as motocicletas dos funcionários. Desta forma os pacientes e acompanhantes ficam sem poder sentar, fazer ligações no orelhão, e sem espaço para se acomodarem enquanto esperam.

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O que eu fico ainda mais impressionado, é que são erros crassos, ameaças gritantes à saúde, mas é como se tudo estivesse na invisibilidade, ou então, todos estão cegos.  

Porque ninguém mais reclama? Que comodidade, inércia, passividade é esta, que paralisa a todos, mesmo frente a esta série de ilegalidades acima descritas?

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Clique na imagem e visualize o IPVA 2014 do veículo, editei números de documentos. Perceba o nome que consta como proprietário do veículo e fique indignado(a).


Como dá para perceber a vedete desta denúncia foi o tal carrinho que seguimos e fotografamos o seu dia a dia, dentro de uma apuração de denuncias quanto a este veículo tivemos acesso a quem pertence tal carro, senhor José Marques Sobrinho para quem não sabe ele é tio do atual Secretário de Saúde (Dr. Anselmo Ximenes), segundo informações o mesmo está agregado a UPA e deveria estar rodando 24 horas, o que não percebemos.

Interessante neste caso é valor que o carro está agregado, mas este valor só poderei falar depois de ter confirmação (posso adiantar que a cada quatro pagamentos daria para comprar um destes carros novos), passei a denúncia acima para alguns de nossos Vereadores que estão apurando, pelo menos uma coisa já foi conquistada, este carro não está mais carregando roupas sujas, mas continua carregando agua da Biquinha de forma contrária as normas de saúde e a comida.

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09/01/2013 - das 10:54 as 10:59 - Dois dias depois segui o mesmo carro e lá estavam os galões com agua da Biquinha e indo ao Loyola buscar comida e sobremesa de pacientes e funcionários.


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09/01/2013 - das 10:54 as 10:59 - Dois dias depois segui o mesmo carro e lá estavam os galões com agua da Biquinha e indo ao Loyola buscar comida de pacientes e funcionários


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09/01/2013 - das 10:54 as 10:59 - Dois dias depois segui o mesmo carro e lá estavam os galões com agua da Biquinha e indo ao Loyola buscar comida de pacientes e funcionários.


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09/01/2013 - das 10:54 as 10:59 - Dois dias depois segui o mesmo carro e lá estavam os galões com agua da Biquinha e indo ao Loyola buscar comida de pacientes e funcionários.


PARA RELEMBRAR:



As UPA´s são serviços assistenciais de saúde em que todos os ambientes necessários ao seu funcionamento devem respeitar as normas preconizadas pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, RDC ANVISA nº 50/2002 .

A partir da RDC ANVISA nº 50/2002, para conceituar os ambientes e setores, foram detalhadas abaixo as atribuições destas Unidades de Saúde:

1. Listagens de atividades
1.1. Atribuição: Atenção às Urgências
1.2. Atividades:
1• Acolher os pacientes e seus familiares sempre que busquem socorro na UPA;
2• Realizar classificação de risco e garantir atendimento ordenado de acordo com o grau de sofrimento do paciente ou a gravidade do caso;
3• Realizar consulta médica em regime de pronto atendimento aos casos de menor gravidade;
1• Realizar o primeiro atendimento e estabilização dos pacientes graves para que possam ser transferidos a serviços de maior porte;
2• Realizar atendimentos e procedimentos médicos e de enfermagem adequados aos casos críticos ou de maior gravidade;
3• Prestar apoio diagnóstico (realização de Raios-X, exames laboratoriais, eletrocardiograma) e terapêutico nas 24 horas do dia;
4• Manter em observação, por período de até 24 horas, os pacientes que necessitem desse tempo para elucidação diagnóstica e/ou estabilização clínica;
5• Encaminhar para internação os pacientes que não tiverem suas queixas resolvidas nas 24 horas de observação acima mencionadas;
6• Solicitar retaguarda técnica ao SAMU 192, sempre que a gravidade/complexidade dos casos ultrapassarem a capacidade instalada da Unidade;
7• Garantir apoio técnico e logístico para o bom funcionamento da unidade.

De acordo com a Resolução da Diretoria colegiada - RDC N° 6, de 30 de janeiro de 2012 , que dispõe sobre as Boas Práticas de Funcionamento para as Unidades de Processamento de Roupas de Serviços de Saúde. Vejamos alguns artigos:

Art. 7º A terceirização do processamento de roupas de serviços de saúde deve ser comprovada por instrumento contratual específico, com vigência atualizada.

Parágrafo único. A terceirização do processamento de roupas não isenta o serviço de saúde contratante da responsabilidade pelo atendimento dos padrões sanitários mínimos estabelecidos por esta Resolução e demais instrumentos normativos aplicáveis.

ART. 21 O TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO DE ROUPAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DEVE SER REALIZADO, RESPECTIVAMENTE, EM CARRINHO E VEÍCULO EXCLUSIVOS PARA ESTA ATIVIDADE.

§ 1º O veículo utilizado no transporte externo deve possuir sua área de carga isolada da área do motorista e de outros ocupantes.

De acordo com Portaria no 518/GM de 25 de março de 2004. com a Portaria No 1,020 de 13 de maio de 2009, do Ministério da Saúde, e outras medidas federais, a água potável para consumo humano tem de seguir padrões mínimos de qualidade, para que não se transforme em risco para a população, principalmente em Unidades de Saúde. Deve vir acondicionada em vasilhames convenientemente esterelizados, vedados, manipulados por pessoas habilitadas em regras de Biossegurança, usando vestimentas limpas, e mãos perfeitamente higienizadas. Os vasilhames serão transportados, tanto vazios quanto cheios, por unidades de transporte igualmente higienizadas, e nunca junto a alimentos ou roupas sujas, muito menos em ambulâncias. A água fornecida para consumo humano deve ter a Garantia de Qualidade por parte do setor tercerizado que a fornece, não retirando da Unidade de Saúde a responsabilidade pela segurança da mesma.

E a Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004, dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, onde o fornecimento de alimento para Unidades de Saúde, assim como para qualquer fornecimento coletivo de alimentos, deve seguir padrões rigorosos de controle de qualidade, assim como de transporte. O estabelecimento que fornece a alimentação para uma Unidade de Saúde tem que respeitar todos os itens que constam nesta RDC, sob risco de sofrer as sanções em caso de não cumprimento à mesma. Vamos observar os itens abaixo:

“4.9 ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DO ALIMENTO PREPARADO

4.9.1 Os alimentos preparados mantidos na área de armazenamento ou aguardando o transporte devem estar identificados e protegidos contra contaminantes. Na identificação deve constar, no mínimo, a designação do produto, a data de preparo e o prazo de validade.

4.9.2 O armazenamento e o transporte do alimento preparado, da distribuição até a entrega ao consumo, deve ocorrer em condições de tempo e temperatura que não comprometam sua qualidade higiênico-sanitária. A temperatura do alimento preparado deve ser monitorada durante essas etapas.

4.9.3 Os meios de transporte do alimento preparado devem ser higienizados, sendo adotadas medidas a fim de garantir a ausência de vetores e pragas urbanas. Os veículos devem ser dotados de cobertura para proteção da carga, não devendo transportar outras cargas que comprometam a qualidade higiênico-sanitária do alimento preparado.”


Alex Hudson
Rio Bonito - RJ

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foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
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e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)