quarta-feira, maio 07, 2014


Estão querendo transformar o Amor numa doença. Comparam o estar apaixonado com Transtorno Obsessivo Compulsivo, em complicadas comprovações (com certeza à base do sacrifício de muitos ratinhos) que o amor causa diminuição da produção de serotonina.

Desta forma, publicam trabalhos com tratamentos para o amor, como se ele fosse mais uma das muitas doenças emocionais que o homem desenvolve, por absoluta falta de equilíbrio interior e falta de visão panorâmica ao seu redor.

Misturam paixão, ativada por hormônios sexuais, onde a atração vigora, com amor. O Amor abriga a paixão generosamente, mas nem sempre a Paixão permite que o Amor faça a sua morada. Então, minha hipótese é que os cientistas não sabem nada sobre amar ou se fazer amados.

Há sim, o amor patológico, que faz matar e morrer, que impõe amarras, dependências, submissões, relações violentas, de risco, tensas, equivocadas.

Mas quem ama de verdade, sofre sim, sofre de saudade, de preocupação pelo outro, quando as condições de vida não estão favoráveis. E também por seu olhar estar ampliado, e percebe que muitos ao redor não tem a dádiva deste amor pessoal, e tenta amenizar o sofrimento, a aridez, cultivando gentilezas, palavras boas, paciência e tolerância.

O Amor Bom constrói e multiplica, mas é sempre preocupado e frequentemente aflito, sem estar doente. Porque a vida traz sempre instabilidades, perigos, ameaças, é o entorno que ameaça, não o amor em si.

O Amor não é esta coisa descartável que muitos estão assinalando, como se fosse marca de tempos modernos. Quem se ufana de ter muitos amores, renovados e mutantes, apenas não sabe, ou não encontrou ainda dentro de si, a capacidade de amar plenamente. Se por um lado, é necessário adquirir sabedoria e maturidade para viver um Amor Pleno, por outro este caminho pode ser longo ou curto, mas quando é percebido, quem já tem esta condição, sabe que é indelével e permanente. Percalços ocorrem, para se amadurecer na escola da Vida, e se estar pronto para amar de forma sadia. E deste modo acredito que o Amor não adoece nem enlouquece ninguém, pelo contrário é o caminho que todos deveriam trilhar. A Loucura e Obsessão apenas são manifestação da Alma que não entende, não está preparada, não tem a generosidade necessária para acolher em si o Amor.

Muitos dizem também que do amor ao ódio é um passo. Isto sim, parece um procedimento doentio e equivocado, porque o verdadeiro Amor não pode mudar, ele não está relacionado a nenhum objeto e não pode transformar-se em outra emoção, porque ele, em primeiro lugar não é uma emoção, é uma FORÇA.

Santo Agostinho dizia, com propriedade: “A medida do Amor é não ter medida”. Então, se cada um tentasse encontrar dentro de si, mais a própria capacidade de amar, que exigir desesperadamente ser amado, tudo ficaria mais fácil, as relações mais leves, a violência desapareceria. Acredito que não precisamos de medicamentos para parar de amar, e sim de fórmulas internas para aprender a amar, e amar Bem, por inteiro, com o coração puro. O Mundo agradece.

Alex Hudson
Rio Bonito – RJ

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)