quinta-feira, outubro 22, 2015


Tivemos oportunidade de ver, livre e gratuitamente, um monólogo magistral de um filho da terra, que nos brinda com seu talento.

No You tube, Raimundo Ribeiro em brilhante atuação, mostra seu personagem conversando com sua visitante, que nada mais que a própria Morte.

Num texto sombrio, lembrando um pouco Shakespeare, um pouco Saramago, talvez, mostra um homem desesperançado, questionando conflitos existenciais.

Sem querer tirar o prazer de quem quer ver e ouvir em primeira mão o trabalho de Raimundo, gostaria de comentar que o tema é muito atual, pois se aplica frequentemente às pessoas reais. Aborda a falta de reflexão sobre a própria existência, na sofreguidão da juventude na busca do prazer e pretensa felicidade, onde os jovens, sem terem consistência e viverem na fragilidade das ilusões, acabam se deparando um dia com a desilusão e vazio.
Fala da carência que perpassa as pessoas, que a camuflam e escamoteiam por toda a vida, com as máscaras do arrojo e a sede de sucesso e aplausos, resultando em um esquecimento maior, o do saber amar e ser amado. Anos atrás, a cantora Marina cantava sobre o “Full gas”( estar cheio de gás, agito, curtição), mas o que se pregava, e o que se vê ainda hoje é o culto ao fugaz e finito.

Ao final, o tempo passa, e a insustentável ilusão de festa perene que nunca foi felicidade de verdade, dá lugar à uma realidade solitária e ao arrependimento de muitas coisas que poderiam ter sido feitas, abraços, palavras e a seleção do que seria realmente importante.

Em relação a isso, acredito que precisamos de uma viagem de auto-conhecimento, auto-perdão, mais humildade, como diz o personagem, “considerar mais o nós do que no eu”. Munidos de respostas as ações serão mais objetivas, ou com mais clara intuição (talvez, quem sabe, clarividência/clara-evidência), não haverá ilusões, culpas ou arrependimento. Ou fracasso, cansaço ou desvalia. Estaremos dispostos, interativos, com o coração aquecido e fortalecido pelo Amor, num viver ensolarado.

Enfim, se a visita da Morte chegar, estaremos prontos, pois esta senhora com sua foice não nos assustará, será como uma “hostess”, nos recepcionando entre duas realidades. O que estivemos semeando nesta dimensão, estará florescendo na outra. Esta é a minha visão. Por isto, tenho tentado caprichar no meu plantio.

Alex Hudson

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)