quarta-feira, dezembro 14, 2011

Interessante pesquisa feita pela ANVISA, através da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a partir de 2009. Houve ainda uma parceria com as instituições de ensino superior no “Projeto de Monitoração de Propaganda da Anvisa”.

Ocorreram ao longo da citada pesquisa, vários problemas burocráticos, atrasos em liberações e complicações de acesso às informações, mas o grupo participante do projeto superou todas as dificuldades e com muita dedicação e persistência conseguiu realizar a mesma em 15 cidades brasileiras: Manaus, Belém, São Luís, Natal, João Pessoa, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Teresina, Porto Alegre e Brasília.

O ponto de partida desta pesquisa, foi a constatação comprovada que a população brasileira está sendo super-medicalizada. E que na maioria das vezes, embora as recentes medidas para dificultar a obtenção de medicamentos, por outro lado estão as amplas campanhas publicitárias sobre uma série de substâncias.

Um dos públicos mais frágeis é o dos idosos, que vão atrás de promessas de maior vigor, melhor desempenho cerebral e/ou sexual, fórmulas de emagrecimento e energéticos. E por outro lado os jovens, ainda inseguros de sua aparência, que buscam em suplementos vitamínicos e proteicos, e mesmo em substâncias controladas e/ou proibidas a conquista de um corpo perfeito, numa pantomina muito distante do que significa realmente SAÚDE.

Como a pesquisa em consultórios particulares seria mais difícil, optou-se então por fazer levantamentos nos ambulatórios do SUS, já que foi percebido que também nestes “choviam” representantes de laboratório, em verdadeiras guerras de marketing. No SUS, uma vez permitida a pesquisa, as informações são mais facilmente acessadas na obtenção dos dados e na continuidade dos prontuários dos pacientes, já que os mesmos ficam on line para toda a rede assistencial.

Uma dos resultados que chamou atenção, foi que a mesma indústria farmacêutica que investe milhões em pesquisas buscando a cura de pessoas, investe também cifras altas no mundo inteiro em mídia de massa. Tanto é que nos Estados Unidos, em 2004, as empresas farmacêuticas americanas gastaram cerca de US$ 57,5 bilhões em atividades promocionais, enquanto no mesmo ano as mesmas empresas farmacêuticas consumiram apenas US$ 31,5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, incluindo financiamentos do governo americano, demonstrando que elas gastaram quase o dobro de seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos com propaganda de seus produtos.

Cabe lembrar que para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de Saúde significa sensação de bem estar físico, emocional, mental e social. E que o lógico seria a AUSÊNCIA de medicamentos, e não uma necessidade cada vez maior deles para se afirmar que se está curado. Afinal existe uma indústria para a Saúde, ou para a doença?

A pesquisa prosseguiu, constatando que os medicamentos desenvolvidos pela indústria farmacêutica têm, ao longo do tempo, melhorado profundamente as condições de tratamento e prevenção de doenças, aliviando sintomas e ampliando a qualidade de vida das pessoas. No entanto, o marketing farmacêutico está muito mais alinhado com o mercado consumidor do que com a medicina, uma vez que vem transformando os medicamentos de bens de saúde em meros bens de consumo, e as consequências têm sido desastrosas.

Finalmente, obteve-se as seguintes conclusões:

- "ocorre pressão da indústria farmacêutica nas decisões dos gestores em relação à compra de medicamentos, uma vez que sistematicamente eles recebem representantes da indústria que ofertam brindes e impressos sobre os medicamentos";

- "grande parte dos prescritores também é sistematicamente assediada pelos representantes de laboratórios farmacêuticos, que na maioria distribuem folders e amostras grátis seguidas da oferta de monografias ou artigos científicos";

- "a maioria dos prescritores afirmou que as informações apresentadas pelas propagandas podem ser insatisfatórias ou incompletas, porém referiu considerar essas informações ao escolher um medicamento para prescrevê-lo".


Outra constatação, todos podem ver, é que medicamentos antigos, bons e baratos têm sumido das prateleiras das farmácias, enquanto novos e mirabolantes medicamentos, muito mais caros, estão incessantemente surgindo., com a sugestão que os últimos, são muito melhores que os mais antigos, com anos e anos de constatação dos seus efeitos benéficos.

Boa a pesquisa da ANVISA, e achei interessante divulgar, para servir de introspecção de cada um a respeito. A Saúde é nosso bem maior, vamos dar valor a ela, respeitá-la, assim como vamos exercitar o raciocínio e o bom senso,antes de acreditar em tudo.

Alex Hudson

Rio Bonito – RJ



Fonte consultada:

Portal ANVISA

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)