
Ocorreram ao longo da citada pesquisa, vários problemas burocráticos, atrasos em liberações e complicações de acesso às informações, mas o grupo participante do projeto superou todas as dificuldades e com muita dedicação e persistência conseguiu realizar a mesma em 15 cidades brasileiras: Manaus, Belém, São Luís, Natal, João Pessoa, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Teresina, Porto Alegre e Brasília.
O ponto de partida desta pesquisa, foi a constatação comprovada que a população brasileira está sendo super-medicalizada. E que na maioria das vezes, embora as recentes medidas para dificultar a obtenção de medicamentos, por outro lado estão as amplas campanhas publicitárias sobre uma série de substâncias.

Como a pesquisa em consultórios particulares seria mais difícil, optou-se então por fazer levantamentos nos ambulatórios do SUS, já que foi percebido que também nestes “choviam” representantes de laboratório, em verdadeiras guerras de marketing. No SUS, uma vez permitida a pesquisa, as informações são mais facilmente acessadas na obtenção dos dados e na continuidade dos prontuários dos pacientes, já que os mesmos ficam on line para toda a rede assistencial.
Uma dos resultados que chamou atenção, foi que a mesma indústria farmacêutica que investe milhões em pesquisas buscando a cura de pessoas, investe também cifras altas no mundo inteiro em mídia de massa. Tanto é que nos Estados Unidos, em 2004, as empresas farmacêuticas americanas gastaram cerca de US$ 57,5 bilhões em atividades promocionais, enquanto no mesmo ano as mesmas empresas farmacêuticas consumiram apenas US$ 31,5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, incluindo financiamentos do governo americano, demonstrando que elas gastaram quase o dobro de seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos com propaganda de seus produtos.
Cabe lembrar que para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de Saúde significa sensação de bem estar físico, emocional, mental e social. E que o lógico seria a AUSÊNCIA de medicamentos, e não uma necessidade cada vez maior deles para se afirmar que se está curado. Afinal existe uma indústria para a Saúde, ou para a doença?

Finalmente, obteve-se as seguintes conclusões:
- "ocorre pressão da indústria farmacêutica nas decisões dos gestores em relação à compra de medicamentos, uma vez que sistematicamente eles recebem representantes da indústria que ofertam brindes e impressos sobre os medicamentos";
- "grande parte dos prescritores também é sistematicamente assediada pelos representantes de laboratórios farmacêuticos, que na maioria distribuem folders e amostras grátis seguidas da oferta de monografias ou artigos científicos";
- "a maioria dos prescritores afirmou que as informações apresentadas pelas propagandas podem ser insatisfatórias ou incompletas, porém referiu considerar essas informações ao escolher um medicamento para prescrevê-lo".

Outra constatação, todos podem ver, é que medicamentos antigos, bons e baratos têm sumido das prateleiras das farmácias, enquanto novos e mirabolantes medicamentos, muito mais caros, estão incessantemente surgindo., com a sugestão que os últimos, são muito melhores que os mais antigos, com anos e anos de constatação dos seus efeitos benéficos.
Boa a pesquisa da ANVISA, e achei interessante divulgar, para servir de introspecção de cada um a respeito. A Saúde é nosso bem maior, vamos dar valor a ela, respeitá-la, assim como vamos exercitar o raciocínio e o bom senso,antes de acreditar em tudo.
Alex Hudson
Rio Bonito – RJ
Fonte consultada:
Portal ANVISA
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