Está ocorrendo uma verdadeira corrida
do ouro pela obtenção de créditos de carbono. Há alguns dias ocorreu um acordo
com a Irlanda à revelia da maioria dos indios, para obtenção de créditos de
carbono. A preservação e o uso sustentável das matas deveria ser uma iniciativa
voluntária, onde não haveria transação de euros ou dólares, mas parece que as
coisas não serão assim, e temo que isso possa causar problemas de segurança
nacional.
De acordo com o jornal “A
Hora do Povo”, a empresa irlandesa Celestial Green Ventures se apresenta em seu
site como líder mundial de créditos de carbono. Por estes créditos, a
multinacional afirma que já assinou 17 contratos na Amazônia, com municípios,
proprietários de terra e comunidades indígenas. Entre essas comunidades, estão
as etnias Parintintin, no Amazonas, Karipuna, no Amapá, e Munduruku, no Pará.
Somente com essa última, o contrato totaliza US$ 120 milhões, por um período de
30 anos. O negócio garante à empresa “direitos” sobre a biodiversidade, acesso
irrestrito à terra indígena, com 2,3 milhões de hectares, e impede que os
índios plantem ou extraiam madeira. Qualquer intervenção dos índios necessita
aval prévio da empresa irlandesa. Alguns dizem que estes contratos não tem
qualquer validade jurídica, mas a empresa, ao que parece está em vias de se
estabelecer.
A questão dos créditos de carbono e
etanol são realidades que devemos estar bem antenados, pois a partir daqui, poderá
ser fonte de progresso e preservação ambiental, como poderá ser o campo das
negociatas e politicagens do futuro. A Amazônia ainda é o pulmão verde do mundo, que herdamos pela benção de
Deus, e não estamos sabemos cuidar. Quando o dono não cuida, logo chegarão
outros donos, e parece que isso tem acontecido com frequência cada vez maior.
Segundo a revista “Nature”, de 18 de
janeiro deste ano, a partir da análise da interação entre os sistemas
biológicos e físicos, com os socioeconômicos, o estudo mostrou que a capacidade
natural da floresta se regenerar não está dando conta de resistir a frequência
das agressões. Desta forma, toda a ajuda saudável é bem vinda. Há muito os
estrangeiros estão naquelas matas com projetos de sustentabilidade e realmente
deve haver algum benefício. Resta saber em relação a custos e ganhos, quanto
dos ganhos monetários estão sendo deixados no Brasil, ou isso significa que
estamos correndo o risco de perder a soberania sobre o espaço brasileiro.
A despoluição é assunto mundial, mas
a não ser que realmente não haja mais fronteiras em lugar algum, com uma
verdadeira globalização, quem garantirá que não continuaremos a ser os
espoliados?
Enquanto há alguma reação do governo
federal contra estes contratos entre empresas estrangeiras e tribos indígenas,
a FUNAI os aprova abertamente, o que nos deixa de sobreaviso se há uma intenção
de mercantilização da natureza. É necessário que desenvolvam-se mais e mais
políticas publicas para estudos, resolução de problemas e promulgação do
desenvolvimento sustentável daquela região, que felizmente já vem sendo acenado
pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Mas é preciso fazer mais,
muito mais, e rápido. Como já foi dito: A terra é dos índios, e o carbono, é de
quem?
Alex Hudson
Rio Bonito - RJ
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