terça-feira, fevereiro 11, 2014

foco
Daniel Goleman, autor de “Inteligência Emocional”, famoso livro de 1990, que derrubou as a teoria do Q.I para tudo, inclusive para admissão de vagas de trabalho, ignorando completamente as características pessoais dos candidatos. Hoje, sabe-se que além do preparo, obviamente é necessário observar as características emocionais de cada um, para que eles sejam colocados nos cargos que se sejam mais adequados à sua personalidade, e incluiu a necessidade de cada um ser interativo e com capacidade de trabalhar em grupo. Por mais que tenha uma ótima formação, um funcionário egoísta ou autoritário demais, não trará bons resultados ao grupo.

Seu novo livro se chama “Foco”, onde ele aborda que a tecnologia tem seu lado negativo e degrada a nossa concentração. O foco tem sido perdido em meio às inúmeras informações que bombardeiam as pessoas, que por sua vez, querem se ver cercadas de mais e mais por meios de comunicação, numa tentativa de captar tudo, para também se mostrarem, num movimento louco onde ninguém ouve ou é ouvido concretamente, ninguém percebe verdadeiramente o outro. Amizades não são enraizadas, relacionamentos não conseguem se fortalecer, minados por um outro lado que é a feérica e ilusória mania de sempre parecer estar bem sucedido, ou solicitar sensações-minuto quando algo dentro de si parece cansar e esvaziar-se.

Goleman define no seu novo livro algo que devemos refletir. Ele define a necessidade de se desenvolver três tipos de foco: O primeiro tipo é o foco em nós mesmos. O segundo é o foco nas pessoas que convivem conosco. O terceiro foco é o foco no mundo ao nosso redor. Entender como cada um afeta o mundo e é afetado por ele.

Num mundo repleto de pessoas com déficit de atenção, Goleman cita um movimento que vem ocorrendo nos Estados Unidos, no meio educacional e empresarial chamado “esvaziamento da mente”. Uma maneira de treinar a atenção para que se possa controlar a própria mente. As tecnologias têm o poder de nos deixar muito focados, mas nem sempre é o foco conveniente para nosso crescimento pessoal. Estar trabalhando ou estudando e a todo instante conferir e-mails, mensagens e tópicos no facebook ou outro meio, com certeza absoluta, não é um foco positivo, pois o rendimento no trabalho e estudo deixará muito a desejar.

Os budistas há muito utilizam ao esvaziamento da mente, quando ela se torna turbulenta, cheia de lixo mental, de pensamentos que passeiam sem rumo, de sofrimentos ilusórios ancorados ao passado ou ao medo do futuro. Eles simplificam tudo isto, aconselhando que cada um dedique total atenção ao agora. Até lavar uma louça, percebendo as bolhas de sabão na esponja, a água caindo generosa limpando tudo, se torna uma tarefa prazerosa, se há a presença da atenção. Andar pelas ruas, e de repente conseguir ouvir pássaros cantando, borboletas ao redor, o farfalhar de árvores, o sorriso de uma criança, faz parte da total atenção aquele momento que está sendo vivido, e não volta. Disciplinando a mente no agora, impedem-se as armadilhas dos pensamentos rançosos, de supor que algo está acontecendo ou acontecerá, que lhe ameace de alguma forma a vida, ou os sentimentos.

Conhecer-se, estar consciente a cada momento que está fazendo a sua parte na existência, sem ferir ninguém, nem a sim próprio, que se está progredindo na maneira de sentir, de mostrar este sentimento elevado ao outro. Isto evitará danos nas palavras, nos atos, nos pensamentos. Acima de tudo, evitará perda de tempo, evitará ter que traçar os mesmos caminhos pelo erro de atos impensados, em qualquer circunstância na vida.

Cultivar a capacidade inerente da mente de permanecer no presente é chamado de “treinamento da plena atenção”. A plena atenção é como a corda que impede que o elefante selvagem da mente destrua tudo à sua volta. A corda da plena atenção nos traz de volta para a nossa experiência imediata: para a nossa respiração, nosso caminhar, para o livro em nossas mãos.

Não é preciso ser adepto de uma Filosofia oriental para seguir o Caminho, o Tao. Não é preciso sentar-se na posição de lótus e meditar horas a fio, sem outra atividade. Pode-se meditar enquanto se anda até o trabalho, enquanto está caminhado a algum lugar, perceber-se, detectar emoções negativas, pensamentos menos bons, sensações que eram para estar ali, que estão gerando raiva, tristeza, inveja, preocupação. Detectar estas emoções negativas, que são peso morto dentro da consciência, e que impedem pensamentos claros quando se tem uma tarefa a cumprir. Não negar estes sentimentos, mas percebê-los, e retirá-los de dentro de si, pois o que se busca no Caminho é a Paz, a Harmonia, a certeza que tudo está dentro de um Equilíbrio Universal. Isto vai gerar Paciência, Tolerância, Compreensão e Perdão. E cada um seguirá seu próprio caminho de elevação, progresso e vitória que só pode ser obtida dentro de si mesmo, mesmo que tenha de voltar para auxiliar a outro, mesmo que as dificuldades lhe obliterem os passos, a atenção está ali, o foco está ali, e será possível prosseguir sempre.



Alex Hudson
http://rbrj.com.br
Rio Bonito - RJ

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)