segunda-feira, fevereiro 03, 2014




Embora a telefonia celular tenha sido um enorme passo para o progresso nos últimos anos, há uma preocupação crescente por parte de alguns pesquisadores ao comparar o aumento de neoplasias malignas e a proximidade das ERB – estações rádio-base, de telefonia celular.

De acordo com depoimento da engenheira Adilza Condessa Dode, a radiação causada pelas ondas eletromagnéticas é o maior problema ambiental do Século XXI. Embora ainda não se tenha conclusões definitivas, os números apontam um aumento de tumores naquelas pessoas que são mais expostas às mesmas.

Adilza ainda aponta para a necessidade das autoridades governamentais começarem o quanto antes a agir de acordo com o chamado princípio da precaução, adotado na Conferencia Rio-92. Porém, estudos que levem à ações efetivas parecem ainda distantes de se concretizar.

Em sua tese de mestrado realizada no Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG, entre 1996 e 2006 , ela encontrou em Belo Horizonte 22543 casos de óbito por câncer. Destes, ela selecionou 4924 casos, especificamente de neoplasias de pulmão, próstata, mama, rins e fígado, as quais são reconhecidas pela literatura científica como prováveis de ocorrerem por radiação eletromagnética.

Através de geoprocessamento, ela conseguiu identificar a proximidade destas pessoas que vieram a óbito, em relação à proximidade de ERBs. E constatou que 81,375 moravam até a 500 metros de uma destas antenas.

Além disso, houve um aumento substancial de câncer de encéfalo, e também este pode ser atribuído à ação desta radiação.

Além disso, a engenheira Adilza Dode ainda relata que não existes estudos definitivos sobre níveis seguros destas radiações, e acrescenta que as ondas emitidas por wi-fi, wireless e bluetooth irradiam em níveis mais baixos, mas contínuos. Por fim, ela friza que a presença de celulares em hospitais deveria ser proibida porque com certeza interferem nos aparelhos biomédicos. Ter uma ERB próxima a hospitais então, nem pensar. Mas....está havendo alguma tipo de fiscalização quanto a isso?

Este mesmo processo de geoprocessamento deveria estar sendo utilizado pelas autoridades, junto à ANATEL, para que a instalação de ERBs estivesse em níveis mais seguros. Ou então que se adotasse medidas como já fizeram países como Itália, Suiça, Rússia e China, adotando padrões mais baixos que os permitidos pela Icernip.

No Brasil, a Anatel, no papel de regulador do espectro de radiofreqüências, é responsável pela determinação dos limites de radiação que as estações de radiocomunicação podem emitir. Para tanto, adota as recomendações da Comissão Internacional em

Proteção contra Radiação Não-Ionizante (ICNIRP), ratificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMC).

As prestadoras de serviços são obrigadas a instalar e colocar em operação equipamentos capazes de ofertar à população um serviço com a qualidade por ela esperada, respeitando a lei geral das telecomunicações de nº 9472 (DOU, 1997). A ANATEL, visando limitar a emissão eletromagnética dessas antenas, obriga as empresas a adotarem os limites estabelecidos pela Resolução nº 303, DOU 2001.

A Lei Federal no.11934, em vigor desde maio de 2009, que dispõe sobre os limites à exposição humana a esses campos eletromagnéticos, trata de distância de torres em seu artigo terceiro, onde destaca que, de áreas críticas como próximas de hospitais, clínicas, escolas, creches e asilos, elas devem estar, no mínimo, 100 metros longe. Não há especificações sobre distância de residências, mas sim obrigações das operadoras para regulagem dos equipamentos, para que obedeçam a parâmetros da

Organização Mundial da Saúde (OMS), em relação à exposição humana aos campos gerados por essas torres.

Nos Estados Unidos o problema não é diferente, talvez pior, embora nosso país, com esta febre de eletrônicos, esteja rumando a passos largos para se equiparar ao perigo. Um americano chamado Ted Twietmeyer escreveu um texto sobre o perigo oculto das radiações das torres de celulares ocultas. Ele cita que quando alguém quer censurar um fumante pela poluição ambiental é fácil, pois o mesmo está visível, mas quando se refere às torres, elas estão escondidas nas formas mais inusitadas, como falsos pinheiros, falsos cactos, falsas árvores, falsas pedras em parques. Ninguém percebe, mas por que estão camufladas?

ERB1
Pinheiro falso, na verdade uma antena,
com emissores em cada um de seus galhos
 

Uma ERB disfarçada de cacto
Uma ERB disfarçada de cacto


Uma torre de igreja, na verdade uma ERB
Uma torre de igreja, na verdade uma ERB


Sabe-se que se ganha bom dinheiro pelo aluguel do espaço onde estão sendo instaladas estas estações emissoras de radiação eletromagnéticas. No Brasil, nas cidades, é comum vê-las no alto dos edifícios. Mas e o controle? Quem as está instalando, sabe a posição correta que não atinja em cheio as pessoas? E a intensidade das ondas, tem sido controlada realmente? Já imaginou o possível risco oculto ao morar num lindo apartamento de ultimo andar, onde há uma ERB? Ou investir todas suas economias num lugar bucólico no campo e ser vizinho de uma? Quanto um ser humano suporta este bombardeio contínuo de microondas capazes de ultrapassar a barreira hemantoencefálica e chegar ao cérebro ?

Outras pesquisas, feitas pelo cientista armênio Avakian do Instituo de Física de Telecomunicações e de Eletrônica, apontam para outros possíveis danos à saúde dos seres vivos, como o enfraquecimento do sistema imunológico, diminuição da produção da melatonina pela glândula pineal, considerada um protetor natural contra o câncer, alterações genéticas e na reprodução, além de astenia, fadiga, cefaléia, náuseas, anorexia, stress, nervosismo, perda de reflexos e memória, atraso na tomada de decisões, alterações do ritmo cardíaco e da pressão arterial, palpitações, sonolência, insônia e transtornos do sono, alterações sensorais (diminuição do olfato), alteração das frequências cerebrais, ruídos e zumbidos no ouvido, tonturas e vertigens. As pesquisas foram embasadas desde a década de 70, em estudos de militares expostos durante anos à hiperfrequências, e em marinheiros expostos na guerras muito tempo às ondas de radar.

Em Belo Horizonte, onde parece que está havendo maior preocupação, foi elaborada uma Lei Municipal - Lei Municipal 8201 da cidade de Belo Horizonte, aprovada em 17 de Julho de 2001. Essa lei estabelece parâmetros mínimos de distanciamento conforme listado em seu Art. 5º, que podemos observar na tabela abaixo:

Requisitos para o licenciamento ambiental das torres de telecomunicações em Belo Horizonte.


Descrição Parâmetro
Distância entre torres 500 metros
Distância entre edifícios com torres 100 metros
Distância entre a antena emissora e edificação mais próxima 30 metros
Distância entre a torre e o limite do imóvel 5 metros
Projeção vertical Maior que 1,5 metros
Fachada de Prédio Em harmonia estética, sem direcionamento para a edificação


Fonte: Adaptado da Lei Municipal de Belo Horizonte n.º 8.201/01.
Em 2011, o município do rio de Janeiro também endureceu as regras para a instalação das ERBs. Foi estabelecida a obrigatoriedade do compartilhamento das torres entre as operadoras; a manutenção de uma distância mínima de 500 metros entre as antenas em solo; a proibição de instalação de antenas em marquises e fachadas, assim como a menos de 50 metros de escolas, hospitais e clínicas; a necessidade de avaliação de "interesse público" para ERBs na orla e em praças públicas; e a corresponsabilidade dos proprietários de imóveis onde as ERBs estão localizadas se houver irregularidades.

Para se conseguir as novas autorizações, as operadoras precisarão recorrer à Secretaria Municipal de Urbanismo, no caso de ERBs em imóveis privados ou públicos; e à Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, quando se tratar de exceções abertas em logradouros públicos. A lista de documentos requeridos é extensa: duas cópias da planta do projeto completo; planta cadastral incluindo localização e altura de todos os edifícios em um raio de 50 metros com a indicação de eventuais prédios tombados; registro do imóvel; autorização do proprietário e aprovação da instalação da ERB em assembléia, no caso de condomínios; anotação de responsabilidade técnica pela instalação da antena e de sua estrutura de suporte por técnico habilitado; registro da ERB na Anatel; laudo radiométrico; certificado de licença de operação pela Anatel; assentimento do Corpo de Bombeiros em relação à instalação de um para-raios no local; assentimento do Ministério da Aeronáutica (quando for perto de aeroportos); dentre outros.

Para se conseguir as autorizações, as operadoras precisarão recorrer à Secretaria Municipal de Urbanismo, no caso de ERBs em imóveis privados ou públicos; e à Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, quando se tratar de exceções abertas em logradouros públicos.
A lista de documentos requeridos é extensa: duas cópias da planta do projeto completo; planta cadastral incluindo localização e altura de todos os edifícios em um raio de 50 metros com a indicação de eventuais prédios tombados; registro do imóvel; autorização do proprietário e aprovação da instalação da ERB em assembléia, no caso de condomínios; anotação de responsabilidade técnica pela instalação da antena e de sua estrutura de suporte por técnico habilitado; registro da ERB na Anatel; laudo radiométrico; certificado de licença de operação pela Anatel; assentimento do Corpo de Bombeiros em relação à instalação de um para-raios no local; assentimento do Ministério da Aeronáutica (quando for perto de aeroportos); dentre outros.

A Anatel divulgou os seguintes dados referente ao nº de ERBs e cobertura (municípios e população coberta) no Brasil em Novembro de 2013.

Estado
Nº ERBs
Rio de Janeiro
6.868
Espírito Santo
1.303
Minas Gerais
6.828
Amazonas
858
Roraima
101
Pará
1.531
Amapá
160
Maranhão
980
Bahia
2.849
Sergipe
507
Piauí
737
Ceará
1.896
Rio Grande do Norte
862
Paraíba
926
Pernambuco
2.290
Alagoas
803
Paraná
3.556
Santa Catarina
2.296
Rio Grande do Sul
4.438
Mato Grosso do Sul
870
Mato Grosso
1.051
Goiás
2.020
Distrito Federal
1.487
Tocantins
425
Rondônia
393
Acre
186
São Paulo
16.361
Total :62.582


Creio que está na hora de cada um se informar melhor, e se residir próximo a uma ERB, ou alguém da família, procurar saber em eu condições foi instalada tal torre, e exigir a documentação de autorização da ANATEL. Ocorre que no Brasil, as Leis são excelente, e a fiscalização ocorre de fato, mas sobre o que está registrado, se houverem torres irregulares, é como se não existissem. E ainda se elas estão cumprindo as normas de emissão das ondas eletromagnéticas de acordo com o que exige a lei para cada localização.

A saúde é nosso bem mais preciosos, e mais valiosa ainda é a saúde de nossos entes queridos, então, é hora de apurarmos isso, e cobrarmos da administração municipal dados transparentes quanto às estas ERBs.

 

Veja quantas ERBs existe em nossa região:

 
CIDADE
CLARO
NEXTEL
OI
TIM
VIVO
TOTAL
ARARUAMA
08
15
12
09
13
57
IGUABA GRANDE
01
03
02
02
01
09
ITABORAÍ
15
17
13
11
18
74
MARICÁ
14
16
12
14
14
70
RIO BONITO
04
07
07
06
09
33
SÃO GONÇALO
60
63
62
46
36
267
SÃO PEDRO DA ALDEIA
08
10
06
06
07
37
SAQUAREMA
08
13
08
05
09
43
SILVA JARDIM
04
03
01
04
05
17
TANGUÁ
01
04
02
01
02
10
 


 Alex Hudson
Rio Bonito - RJ


Fontes consultadas:
UFMG TELECO
SSPI BRASIL
DSR
RENSE.COM
TELETIME
ABRACOND

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)