terça-feira, abril 29, 2014


Fico com pena em constatar como as cidades interioranas, pelo menos em nosso estado, em vez de valorizarem sua cultura, seus habitantes, suas raízes, vão sendo tomadas pela mania de copiarem o glamour das metrópoles, e além de não conseguirem chegar nem na metade do caminho, por outro lado vão esquecendo os valores das antigas pacatas e pequenas cidades.

Não se tem mais as cadeiras nas calçadas no final da tarde, poucos conhecem as histórias familiares, as lutas, as dificuldades, as vitórias… Saber da vida dos outros é apenas motivo de fofocas, e o cuidado, o zelo pelo vizinho, pelo parente do amigo, pelos idosos, pelos mestres, pelas pessoas que diariamente passam por suas vidas, como o carteiro, o padeiro, o verdureiro, o frentista, o bancário, o faxineiro, o jornaleiro… ninguém sabe mais, não têm tempo de se encontrar pelos olhos, entabular uns minutos de conversa….

E assim esquecem, de tanto tentarem se auto valorizar, nos pequenos afazeres fúteis, como quem tem o melhor sapato, o melhor corte de cabelo, a maquiagem mais perfeita, a melhor técnica de sedução, o melhor assunto escandaloso do dia, não olham mais para os lados, não percebem que muitos valores verdadeiros são tímidos, não sabem a tal da autopublicidade, não conseguem realizar estes verdadeiros shows pirotécnicos de vaidades que todos os dias aí vemos, muitas vezes apenas gatos por lebres….

Então , eu tenho um amigo que tem levado o nome de nossa cidade mais além. Convive com os atores globais, e vai lutando por sua vida afora, de maneira simples, mas com eficiência, motivação e passo a passo vai construindo uma história bonita. Como as pessoas daqui de nossa cidade estão cada vez mais sofrendo do mal das metrópoles, como a surdez, a cegueira e a indiferença, resolvi hoje trazer para vocês a história deste meu amigo.


O nome dele é Farlei Carvalho, nascido no hoje chamado Hospital Loyola, em 1980, e criado em Mangueirinha e no Rio Vermelho. Quando adolescente, nas horas de folga do trabalho, se interessou por dança de salão, seguindo depois para Niterói para se dedicar à dança afro e ao teatro.

Um dia, por sua própria conta, enviou algumas fotos para uma agência da Globo, logo em seguida sendo chamado para ser dublê do Marcius Melhem em “Os Caras de Pau”. Dali em diante, continuou fazendo figuração até que o chamaram para ser o duble do Rodrigo Santanna no programa “ Zorra Total”, porque a produção o achou muito parecido com ele. Continua trabalhando com o Rodrigo em filmes e no “Zorra”, foi dublê de cena de Malvino Salvador em “As Cariocas”, gravou pequenas participações em filmes que irão estrear ainda este ano e em seriados do Multishow e pegadinhas do Malandro, além de estar estudando figurino .

Hoje, Farlei mora no Rio, às suas próprias custas, e posso dizer com certeza que ele já é um vencedor. Mas ele fica triste, porque em Rio Bonito ninguém considera seus esforços e suas vitórias.
Filme os Caras de Pau que estreia em novembro, onde ele vai fazer papel de um palhaço no filme 

Eu lhe digo, caro amigo, nesta cidade estranha, as coisas são assim mesmo. Isto é, a cidade passa por um grande processo de “Coisificação”, e assim, é como se as pessoas tivessem perdido o senso de valor, por si, pelos outros…. Quem sabe se mostrando a sua história, venham a te valorizar mais, e mesmo surjam outras histórias bonitas como estas.

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Siga em frente meu amigo, com Fé no coração, com Alegria, com a certeza que é um vencedor, e que só depende de você mesmo, burilar cada vez mais o seu caminho. Se o povo estranho daqui não o vê, tenho certeza que aí você já conquistou muitos amigos, e também sei que lá de Cima, estão velando por seus caminhos, e que eles sejam protegidos e promissores!

Alex Hudson
Rio Bonito – RJ

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"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)